quinta-feira, 16 de maio de 2013

Primeira paixão: o rádio!

“Mas afinal, porque uma coleção de rádios antigos?” Esta é a pergunta que mais escuto quando digo que coleciono rádios antigos. E isso espanta um pouco as pessoas, pois com exceção do rádio no carro ou em casa, poucas pessoas se interessam por ele, ainda mais com a profusão do MP3 e da internet. Então, teoricamente, soa no mínimo estranho.

Minha paixão começou quando comprei, lá nos idos de 1990, uma revista "Eletrônica Total", que gostava de ler devido a alguns projetos eletrônicos que trazia. Lembro de estar no banco traseiro da Quantum do meu pai, em direção ao sul do Brasil, quando fui ficando maravilhado com os detalhes da matéria. Havia um artigo falando sobre o rádio em ondas curtas, e me fascinava poder ouvir emissoras de outros países usando um aparelho relativamente simples.

Mas como assim rádios de outros países? Sim, isso é mais fácil do que acessar a internet.. e muito mais antigo do que qualquer um que está lendo este blog. Se você tiver um aparelho mais velho em casa que tenha a faixa “OC” (ondas curtas) ou “SW”  (short wave) já pode sintonizar alguma coisa, bastando uma pequena antena ou fio esticado. Fácil não? Atualmente existem aparelhos excelentes e dedicados para isso (sintonia digital, antena própria, etc) por menos de R$ 150 que podem ser adquiridos facilmente. Na minha época, um bom aparelho profissional não saia por menos de U$500!

Existe todo um hobby mundialmente famoso por trás disso e essa descoberta me fascinou sobremaneira. Este passatempo guarda uma relação com as atividades dos rádios-amadores, mas é diferente, pois um “radioescuta” ou “dexista” (quem escuta emissoras distantes) somente ouve (recepção), não transmitindo como no radioamadorismo.

No começo ouvia as emissoras no aparelho 3 em 1 da marca “National”, do meus pais, num quarto fora de casa onde permitia colocar uma antena bacana (uma vareta de metal de 2mts de comprimento e só). Rádio Internacional da França e Voz da Rússia foram as primeiras. Fascinante! Transmissões em língua portuguesa, com diversos temas, músicas, assuntos, notícias, etc. Mas porque existia e ainda existe isso? Como sobrevivem na era da internet? Será assunto de um próximo post.

O fato é que o rádio entrou assim em minha vida. Depois com o tempo veio a paixão pelos aparelhos e com a minha curiosidade aguçada fui atrás da história, das primeiras emissões, dos primeiros aparelhos, das antenas, dos pioneiros, enfim, de tudo que engloba o mundo do rádio.

 As fotos abaixo ilustram um pedaço da coleção, feita quando estava tentando organizar tudo no meu apartamento há uns 2 anos. Vários outros foram adicionados depois disso!


Num primeiro momento, quando você inicia uma coleção, quer ter tudo. Mas simplesmente não dá. Aprendi com um colecionador de automóveis que passado o período da euforia onde tudo parece colecionável, você deve “direcionar” e ter um foco. E foi o que fiz. Estes aparelhos, em sua grande maioria, são rádios no estilo militar ou profissionais (o mais antigo data de 1927). Foram desenvolvidos para diversos fins, principalmente para uso durante as guerras. Por isso a robustez e a qualidade do produto. Alguns pesam mais de 30 kg, outros mais leves e "portáteis" sendo que a maioria é valvulado. Não são bonitos, mas são excelentes e duráveis, tanto é que tenho rádios com mais de 80 anos que funcionam muito bem!


Tenho também alguns exemplares que não se encaixam nesta característica, mas que estão na coleção por alguma razão, como antiguidade, mudança de conceito, decoração, etc. Alguns mais modernos também fazem parte, como os que estão a direita na foto acima (ao lado dos dois grandões da ponta). São receptores fantásticos e com capacidade tecnológica inimagináveis se comparados aos primórdios do rádio (apesar de sintonizarem praticamente as mesmas faixas). São usados quando quero curtir o hobby de ouvir emissoras internacionais de forma mais profissional!

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